Bitcoin: a era das moedas virtuais

Muito se tem falado das moedas virtuais na mídia, particularmente o Bitcoin, e como elas podem mudar o modo como fazemos transações financeiras online e na vida real. Há pouco tempo, a cotação do Bitcoin ultrapassou os mil dólares nos sites de câmbio, mostrando o grande interesse pela moeda.

Além do Bitcoin, outra moeda bastante conhecida é o Litecoin. Com premissas semelhantes, o Litecoin pretende ser a prata como o ouro é para o Bitcoin. É um projeto visando melhorar o Bitcoin e corrigir alguns de seus defeitos, sendo inclusive derivado do protocolo Bitcoin.

O que são as moedas virtuais criptográficas?

Bitcoins, Litecoins e outras são moedas virtuais criptográficas, ou criptomoedas. Baseadas em algoritmos complexos de hash e protocolos de computação distribuída, essas moedas só existem na forma de bits de informação. Portanto, são moedas escriturais.

O uso de criptomoedas têm crescido muito nos últimos meses, podendo ser usadas para comprar até casas e carros. Todavia, existe também forte uso delas no mercado negro, na venda de drogas e armas. Também não são todos que aceitam essas moedas como pagamento e não há qualquer regulação sobre o assunto.

Essas criptomoedas são, geralmente, projetadas para existir em número limitado. No caso do Bitcoin, é possível emitir até 21 milhões deles. Isso é feito para evitar a inflação e impedir o controle de governos e grupos sobre a emissão da moeda.

História do Bitcoin

A história do Bitcoin, que inaugurou essa nova classe de moedas criptográfcas, remonta 2008 numa lista de e-mails onde foi publicado um documento intitulado Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System, por um usuário sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto. No ano seguinte, o Bitcoin entra em operação, com as primeiras emissões da moeda e o lançamento do cliente open source.

A moeda teve um começo conturbado, com problemas técnicos que permitiram a criação ilimitada da moeda. Mas sua utilização cresceu rapidamente nos meses seguintes, com vários sites aceitando o Bitcoin como forma de pagamento. Sua cotação rapidamente subiu de menos de um dólar por unidade de Bitcoin, em 2011, para mais de mil dólares em novembro de 2013.

A cotação da moeda é bastante volátil, sendo um investimento bastante arriscado atualmente.

Como funciona

As criptomoedas funcionam à base da criptografia para garantir sua segurança, confiabilidade e autenticidade. Todas as transações são públicas, mas não é possível saber quem é o remetente e o destinatário. Um banco de dados distribuído pelos participantes do sistema guarda o histórico e valores de todas as transações.

Essa transparência almeja evitar transações duplicadas e falsificações.

Endereços

Cada participante da rede Bitcoin tem uma carteira com endereços para realizar transferências com outros participantes. Os participantes têm a capacidade de gerar quantos endereços quiserem, de forma ilimitada. Isso ajuda na proteção da privacidade pois esses endereços não precisam ser expostos nem são associados ao dono.

Mineração

Para gerar novas moedas os participantes rodam softwares para resolver cálculos de hash. O ato de gerar Bitcoins, ou qualquer outra moeda criptográfica, se chama mineração. A rede Bitcoin distribui periodicamente um lote de Bitcoins aleatoriamente entre os usuários que estão minerando as moedas. A probabilidade de um usuário receber os Bitcoins é proporcional ao seu poder computacional.

Atualmente a mineração de Bitcoins é economicamente inviável para pessoas comuns pois a dificuldade aumentou e o custo da energia elétrica é maior do que a recompensa obtida com a geração de Bitcoins. Existem à venda hardwares dedicados à mineração dessas moedas.

Sites de câmbio

Existem vários sites que trocam criptomoedas por dinheiro real. O mais conhecido é o Mt. Gox (fechado), no exterior, e o Mercado Bitcoin, brasileiro, que trocam Bitcoins e Litecoins.

O que podemos comprar

Basicamente de tudo. Desde serviços de freelancers, inscrições em sites da Internet, revistas, carros, casas, além, obviamente, de materiais ilegais. Desde que o vendedor aceite a moeda virtual com a qual você quer pagar, é claro. Como não tem curso forçado pela lei, o vendedor não tem obrigação de aceitar Bitcoins, Litecoins ou qualquer outra criptomoeda.

A revista Superinteressante, da Editora Abril, deu um passo importante ao aceitar Bitcoins como pagamento na a partir da edição de novembro de 2013.

Ainda há desconfiança nas empresas em geral mas o número de empresas e pessoas que aceitam Bitcoins e outras moedas digitais têm crescido.

Qual o futuro do dinheiro?

Ainda é cedo para dizer se essas moedas, no modo como são usadas hoje, se tornarão padrão como forma de pagamento e transferência de capital. No entanto, não há dúvidas que os pagamentos feitos eletronicamente serão muito comuns e convenientes à medida que a tecnologia avança.

As criptomoedas têm, como principal ideal, serem livres do controle de um Banco Central e dos governos. Mas é improvável que elas sejam ignoradas pela regulamentação governamental, mesmo porque, sem regulação, elas não têm qualquer garantia e segurança.

O Bitcoin pode não ser a moeda que substituíra o papel-moeda, mas com certeza inaugurou um modelo que norteará o modo como faremos negócios no futuro, seja na Internet ou na vida real.


Fonte: Wikipédia, G1 — Segurança Digital, Bitcoin Brasil, IDG Now!, Olhar Digital