Taxa de Câmbio

Taxa de Câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira. Por exemplo, a taxa de câmbio do real em relação ao dólar americano pode ser R$ 3,2205/US$, ou seja, cada dólar custa R$ 3,2205.

Regimes Cambiais

As taxas de câmbio são determinadas por inúmeros fatores. Além da oferta e da demanda, o regime cambial adotado, a regra estabelecida pela autoridade monetária do país, tem um papel muito importante.

Existem basicamente três tipos de regimes cambiais:

  • Câmbio fixo;
  • Câmbio flutuante e
  • Câmbio atrelado (também chamado de banda cambial).

Cada regime tem suas vantagens e desvantagens.

Câmbio Fixo

No regime de câmbio fixo a autoridade monetária determina um preço fixo de uma moeda estrangeira em moeda nacional. A conversão de moeda estrangeira em moeda nacional, e vice-versa, é garantida pelo BC àquele preço.

Para manter a taxa de câmbio fixa o governo compra e vende sua própria moeda no mercado cambial ao preço fixado. É preciso que o país tenha uma reserva internacional suficiente para cobrir as entradas e saídas da moeda estrangeira.

Esse regime pode ser feito na ausência de um banco central através do estabelecimento de um Currency Board.

Tipicamente o regime de câmbio fixo é usado com o objetivo de estabilizar o valor de uma moeda ao fixá-lo diretamente numa taxa pré-determinada em relação à moeda âncora, que é mais estável e predominante internacionalmente. Algumas vantagens desse regime são:

  • Maior estabilidade da moeda
  • Eliminação do risco cambial
  • Evita gastos fiscais financiados pela dívida pública, o que previne a alta inflação
  • Menor volatilidade dos preços relativos

E algumas desvantagens são:

  • Necessidade de o governo ter reservas internacionais suficientes
  • A taxa de câmbio anunciada pode não coincidir com a taxa de equilíbrio de mercado, ocasionando excesso de demanda ou de oferta
  • Falha em identificar vantagens e desvantagens comparativas, o que pode levar a uma alocação de recursos ineficiente pelo mundo
  • Não permite a correção automática de desequilíbrios na balança de pagamentos do país

Câmbio Flutuante

No regime de câmbio flutuante as taxas variam livremente ao sabor da oferta e demanda do mercado. O governo nunca intervém no mercado cambial com o objetivo de valorizar ou desvalorizar a taxa de câmbio.

Há de se constatar que o regime de câmbio flutuante puro não é praticado pela maioria, mas sim sua versão de “flutuação suja”. Nessa modalidade o BC atua de modo a evitar variações bruscas nas cotações, ou mesmo influenciar na taxa de câmbio.

O câmbio flutuante se mostra interessante para países com economias de grande estabilidade. Para países com instabilidades econômicas e políticas seu uso não é positivo.

Câmbio Atrelado

O regime de câmbio atrelado é um híbrido entre o câmbio flutuante e o câmbio fixo. Nesse regime a taxa de câmbio varia diariamente dentro de bandas determinadas pelo governo. O Banco Central intervém fortemente no mercado para manter o preço da moeda atrelado dentro das bandas determinadas.

Para que esse regime funcione é preciso que o BC tenha reservas internacionais suficientes para manter as operações de compra e venda de moeda mesmo em crises. Esse é um arranjo bastante difícil, mesmo para países com economias fortes.

O Brasil adotou o regime de câmbio atrelado ao dólar entre 1995 e 1998.

Taxa de Câmbio Real

A taxa de câmbio é um preço e, portanto, é influenciada pela lei de oferta e demanda. Em nenhum país do mundo os preços permanecem estáticos.

Assim como no Brasil há inflação, nos Estados Unidos, nas nações europeias e asiáticas também existe inflação. E, como uma das definições da inflação é o aumento dos preços que por consequência significa aumento dos custos de produção tanto para importadores quanto para exportadores, esse é um fator que deve ser levado em conta na análise do câmbio.

A partir disso temos os conceitos de taxa de câmbio nominal e taxa de câmbio real.

Pagamentos Internacionais

O mercado de divisas ou mercado cambial é o conjunto de agentes econômicos que transferem recursos de um país para outro. É através desses agentes que pessoas, empresas e governos fazem pagamentos, remessas e transferências internacionais.

A transferência entre instituições de diferentes países ocorre em dólares americanos. Os bancos convertem a moeda local em dólares (para quem envia) e dólares em moeda local (para quem recebe).

Taxa de Juros e Câmbio

A taxa de juros da economia do país é outro fator importante para a definição da taxa de câmbio.

Teoricamente, juros altos atraem capital estrangeiro ao país, o que aumenta as reservas internacionais do Banco Central e, por sua vez, tende a diminuir a taxa de câmbio. O inverso também é válido, juros baixos afastam o capital estrangeiro, diminuem as reservas internacionais e aumentam a taxa de câmbio.


Referências:

CARVALHO, M. A. D.; SILVA, C. R. L. D. Economia Internacional. 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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FIXED exchange-rate system. Wikipedia. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Fixed_exchange-rate_system>. Acesso em: 19 jan. 2017.

HANKE, S. Os três tipos de regimes cambiais existentes — e qual seria o mais adequado para o Brasil. Mises Brasil, 02 out. 2015. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2196>. Acesso em: 19 jan. 2017.

TAXA de câmbio. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxa_de_câmbio>. Acesso em: 19 jan. 2017.