Moeda Escritural e o Efeito Multiplicador
By KOMESU, Daniel
Moeda escritural é um tipo de dinheiro não-físico usado como meio de pagamento, ou seja, o saldo em conta-corrente. Ela é movimentada principalmente por depósitos e transferências eletrônicas entre contas bancárias. Outros meios de movimentação são os cheques e os cartões de crédito e débito.
Esse tipo de moeda surgiu por acaso, quando as transferências entre contas dos depositantes e os serviços de compensação começaram a serem disponibilizados pelos bancos. Com isso, esses depósitos e transferências passaram a ser aceitas como meio de pagamento. Diferente do papel-moeda, que tem curso forçado, a moeda escritural se caracteriza como uma moeda fiduciária, portanto não é obrigatório a sua aceitação como forma de pagamento.
O Efeito Multiplicador da Moeda
O banco depositário pode realizar empréstimos com parte do dinheiro do correntista, que dificilmente irá sacar todo o seu dinheiro de uma só vez. Por lei, o banco precisa guardar apenas uma pequena fração do dinheiro depositado, podendo emprestar o restante para criar crédito. A isso chama-se Sistema Bancário de Reservas Fracionárias.
Imagine o seguinte: uma pessoa deposita R$ 1.000,00 no banco. O banco, por sua vez, empresta 90% do dinheiro, ou R$ 900,00, para algum cliente. Esse cliente então usa o dinheiro para comprar uma televisão, por exemplo. Quem vendeu a televisão provavelmente irá depositar o dinheiro no banco. Ou seja, pode-se recomeçar o ciclo várias vezes, multiplicando o dinheiro de forma artificial.
O dinheiro real não existe, é só um valor no sistema eletrônico do banco. Quando o cliente saca alguma quantia, na verdade ele está pegando o dinheiro existente da reserva que o banco mantém dos vários clientes. O problema é: e se todos os clientes, de repente, exigissem o seu dinheiro de volta? O banco não teria como fazer isso, pois só tem uma porção desse dinheiro.
Esse é um dos problemas, muito criticado, do sistema bancário mundial. A multiplicação descontrolada de dinheiro pode causar muitas falências de bancos, empresas, pessoas e até países quando há uma crise financeira.
Um instrumento de contenção da multiplicação de moeda escritural é o depósito compulsório, empregado pelos Bancos Centrais de todo o mundo para limitar a sua criação.