Dinheiro e moeda: o que é e como funciona?

Dinheiro é qualquer objeto ou registro verificável que seja geralmente aceito em troca de bens e serviços em um país ou contexto sócio-econômico.

Moeda é o dinheiro sob qualquer forma quando usado ou em circulação como meio de troca. São os papéis-moeda e as moedas metálicas que guardamos nos porquinhos. 🙂

Características do dinheiro

É um meio de troca

O dinheiro, acima de tudo, é uma maneira de trocar mercadorias e serviços entre pessoas. O dinheiro representa o valor daquele produto que está sendo transacionado. Ele não precisa ser um objeto físico, nem mesmo ter lastro em metais valiosos, para ser considerado um meio de troca. Só é preciso que o dinheiro seja aceito pela pessoas com quem se quer trocar alguma coisa.

Reserva de valor

O dinheiro também é usado como uma forma de guardar valor para uso futuro. Sem essa característica não poderíamos planejar o futuro no âmbito financeiro.

Para que se tenha essa característica é preciso que o valor do dinheiro seja razoavelmente estável ao longo das décadas, sem sofrer demais com a inflação. Quem viveu na época da hiperinflação brasileira sabe que o dinheiro não podia ser uma reserva de valor, pois o perdia muito rápido.

O valor do dinheiro é definido pela sua confiabilidade, reputação, aceitação e estabilidade. O dinheiro que tem tudo isso tem grande valor para as pessoas como, por exemplo, o dólar estadunidense, o euro, a libra esterlina e o iene.

Como se sabe, o dinheiro perde valor ao longo do tempo devido à inflação. E isso se deve às discrepâncias entre a quantidade de moeda emitida pelo governo e a criação de valor pela sociedade (produção).

Há também diferença de valor entre diferentes moedas do mundo. O câmbio torna o valor do dinheiro volátil em relação ao dinheiro de outras partes do mundo.

Unidade contábil e de valor

O dinheiro é usado para mensurar e comparar o valor das coisas. Isso se dá quando o valor de um bem é frequentemente utilizado como medida para comparação de valor de outros bens.

Divisível em unidades menores

O dinheiro, para ser caracterizado com tal, dever ser divisível em unidades menores, de preferência de modo padronizado.

Por exemplo, muitas moedas do mundo utilizam os centavos como unidade fracionária, geralmente 1/100. Algumas moedas não têm nenhuma unidade fracionária, como o iene do Japão, por exemplo.

“Commodity”

O dinheiro também se apresenta como uma commodity. Bancos e investidores emprestam dinheiro em troca de juros e negociam moedas estrangeiras no mercado de câmbio. Assim como qualquer metal ou pedra preciosa, o dinheiro é negociado por outras formas de dinheiro (moedas estrangeiras, contratos de taxas de inflação e juros, títulos de crédito, ações, etc.).

Nesses casos o dinheiro se transforma numa mercadoria.

História e origem do dinheiro

O dinheiro surgiu pela necessidade de troca de mercadorias. Antes do dinheiro havia o escambo: a troca de uma mercadoria por outra mercadoria que o vendedor queria.

Essa forma de troca não era conveniente já que deveria haver uma coincidência de necessidades entre quem trocava as mercadorias. Além disso, não havia uma medida padrão de valor e algumas mercadorias não tinham durabilidade, ou seja, não podiam servir como reserva de valor.

A partir dessas dificuldades surgiu o uso de objetos comuns para servir como moeda de troca, comumente os metais.

O papel-moeda foi o próximo passo. Moedas de ouro e prata são muito pesadas para ficar carregando pelas ruas. Na Idade Média os bancos começaram a emitir certificados de depósitos conversíveis nas reservas de metais em seus cofres. Os comerciantes começaram a usar esses papéis como dinheiro.

Com o tempo, a emissão da moeda foi monopolizada pelos Bancos Centrais do mundo todo. No entanto, a criação de dinheiro também é feita pelos bancos privados através do crédito.

Bretton Woods: o fim do lastro da moeda

Em 1971, o presidente dos EUA, Richard Nixon, suspendeu a garantia de conversibilidade do dólar americano em ouro. Esse ato pôs fim ao sistema de Bretton Woods, criado em 1944, e ficou conhecido como Nixon Shock. Isso também fez com que o dólar se tornasse uma moeda fiduciária e uma moeda de reserva para muitos países.

Na época, as moedas de outros países eram lastreadas no dólar estadunidense, visto que estas tinham garantia de conversão para ouro pelo governo americano. Com a fim desse sistema, as moedas passaram a ter câmbio flutuante ao invés de ser fixados pelo governo.

As várias formas do dinheiro

O dinheiro pode se apresentar em diversas formas: moedas oficiais emitidas por um governo, objetos de valor, metais, mercadorias, contratos e títulos de crédito, registros digitais, entre outras.

É preciso, no entanto, que se tenha as características básicas como dificuldade de falsificar, praticidade e ter valor padronizado.

A importância do dinheiro

É quase impossível nossa sociedade viver sem o dinheiro, um meio de troca comum para adquirir bens e serviços. Nós temos a necessidade de trocar coisas, esforços e valores com outras pessoas.

Além disso, não somos todos auto-suficientes. Podemos ser muito bons em algumas coisas, mas não em tudo. Podemos ter um superávit de um certo produto e os outros podem ter um déficit. É nesses casos que o dinheiro mostra sua fantástica utilidade: um meio para trocar coisas.

Como o dinheiro é criado?

O dinheiro, no caso a moeda oficial de um país, é criado pelos governos na Casa da Moeda. No caso, há o curso forçado, no qual essa moeda não pode ser negada como meio de pagamento no país.

Outra forma de criar dinheiro é através de dívidas em bancos.

Como o dinheiro não precisa estar totalmente garantido nos cofres do banco, eles o emprestam a quem precisa, mas mantém nos registros. Isso é a moeda escritural, e é para evitar a criação descontrolada de dinheiro que o governo impõe o depósito compulsório.

Outras formas de dinheiro, como mercadorias, títulos, contratos e registros eletrônicos, devem ser criados a partir do trabalho requerido para obtê-lo, ou ter alguma garantia confiável de valor. As mercadorias, por exemplo, têm valor em si, portanto não é preciso explicações.

Já os títulos, contratos e registros eletrônicos devem ser criados com algum tipo de garantia. Os títulos públicos e as ações, por exemplo, são negociadas de forma regulamentada e há supervisores do sistema para punir qualquer irregularidade.