O Sistema Bancário Explicado — Dinheiro e Crédito
By KOMESU, Daniel
Vídeo explicando o sistema bancário de forma simples e didática. Como os bancos surgiram? Como eles funcionam? Qual sua importância para a economia? Assista e descubra.
Transcrição do vídeo em português logo a seguir.
Transcrição:
O Sistema Bancário internacional é um enigma. Há mais de 30.000 bancos diferentes ao redor do mundo que possuem quantidades inimagináveis de ativos. Os 10 maiores bancos sozinhos contam com mais de 25 trilhões de dólares.
Hoje, os bancos parecem muito complexos, mas originalmente foram criados para deixar a vida mais simples.
Origem dos bancos
No século 11, a Itália era o centro de comércio da Europa. Comerciantes de todo o continente se encontravam para negociar suas mercadorias. Mas havia um problema: moedas demais em circulação.
Em Pisa, os mercadores tinham que lidar com sete diferentes moedas, e tinham que trocar uma por outra constantemente. Esse negócio de troca comumente acontecia ao ar livre, em bancos. É de onde a palavra banco surgiu.
Os perigos da viagem, o dinheiro falso e a dificuldade de obtenção de um empréstimo fizeram as pessoas pensarem que era hora de um novo modelo de negócios. Corretores começaram a dar crédito aos empresários, enquanto comerciantes genoveses desenvolveram pagamentos em moeda escritural.
Redes de bancos espalhados por toda a Europa distribuíam crédito até mesmo para as igrejas ou reis europeus.
O que dizer de hoje?
Gestão de riscos
Em poucas palavras, bancos estão nos negócios de gestão de riscos.
Isto é um versão simplificada da forma como eles trabalham: pessoas depositam seu dinheiro e recebem uma pequena quantia de juros em troca. O banco toma esse dinheiro e empresta a taxas de juros muito mais elevadas. É um risco calculado, pois sabem que alguns dos devedores darão calote em seu empréstimo.
Esse processo é essencial para nosso sistema econômico porque fornece recursos para pessoas comprarem coisas como casas, ou para a indústria expandir seus negócios e crescer.
Então os bancos tomam os depósitos não utilizados por seus poupadores e os transformam em recursos que a sociedade pode usar para fazer negócios.
Outras fontes de renda dos bancos incluem a aceitação de depósitos de poupança, os negócios de cartão de crédito, as operações de câmbio, o negócio de custórdia e os serviços de gestão de caixa.
O principal problema dos bancos nos dias de hoje é que muitos deles abandonaram seu papel tradicional de fornecedores de produtos financeiros de longo prazo em favor de ganhos de curto prazo, que acarretam riscos muito mais elevados.
Durante o boom financeiro, a maioria dos grandes bancos adotaram aplicações financeiras que eram de difícil compreensão e fizeram suas próprias operações em uma tentativa de fazer dinheiro rápido e ganhar milhões em bônus para seus executivos e traders.
Isso foi o mesmo que fazer apostas de alto risco, o que danificou economias e sociedades inteiras.
Tal como em 2008, quando bancos, como o Lehman Brothers, deram crédito para, basicamente, qualquer um que quisesse comprar uma casa, e assim colocaram os bancos em uma posição de risco extremamente perigosa. Isso levou ao colapso do mercado imobiliário nos EUA e em partes da Europa, fazendo com que o preços das ações despencassem o que, eventualmente, levou a uma crise bancária global e uma das maiores crises financeiras da história.
Centenas de bilhões de dólares simplesmente evaporaram. Milhões de pessoas perderam seus empregos e muito dinheiro foi perdido.
A maioria dos principais bancos do mundo teve de pagar bilhões de dólares em multas e os banqueiros se tornaram algumas das profissões menos confiáveis.
O governo dos Estados Unidos e da União Europeia tiveram de criar enormes pacotes de resgate para comprar ativos podres e impedir que os bancos fossem a falência.
Novas regulações foram postas em vigor para regular o setor bancário. Fundos compulsórios bancários de emergência foram aplicadas para absorver os choques em caso de outra crise financeira. Mas outras partes da rígida nova legislação foram bloqueados com sucesso pelo lobby bancário.
Bancos de investimento
Hoje, outros modelos de concessão de crédito estão ganhando terreno rapidamente, como novos bancos de investimento, que cobram uma taxa anual e não recebem comissões sobre as vendas, proporcionando assim a motivação para agir no melhor interesse de seus clientes.
Cooperativas de crédito
Ou as cooperativas de crédito: iniciativas de cooperação que foram estabelecidas no século 19 para contornar agiotagens.
Em poucas palavras, eles fornecem os mesmos serviços financeiros como bancos, mas focados no valor compartilhado, em vez de maximização do lucro.
O objetivo proclamado é ajudar os membros a criar oportunidades como começar pequeno negócio, expandir fazendas, ou a construção de casas de família investindo simultaneamente de volta para as comunidades. Elas são controladas por seus membros, que também elegem conselho de administração democraticamente.
Em todo o mundo, os sistemas de cooperativas de crédito variam de forma significativa, variando de um punhado de membros para as organizações com vários bilhões de dólares e centenas de milhares de membros.
O foco em benefícios para os seus membros impactos das cooperativas de crédito de risco estão dispostos a assumir. O que explica por que as cooperativas de crédito, embora também sofrendo, sobreviveram a última crise financeira melhor do que os bancos tradicionais.
Crowdfunding
Para não esquecer a popularidade do crowdfunding nos últimos anos. Além de possibilitar incríveis vídeo-games, surgiram plataformas que possibilitam às pessoas obterem empréstimos de vários pequenos investidores, evitando o banco como um intermediário.
Isso também funciona para as empresas. Várias das novas empresas de tecnologia começaram no Kickstarter ou Indiegogo. Os pequenos financiadores individuais têm a satisfação de fazer parte de uma coisa maior e de poderem investir em ideias que acreditam. Isso distribui o risco tão amplamente que, se o projeto falhar, o dano é limitado.
Microcrédito
E por último, mas não menos importante, temos o microcrédito.
São vários pequenos empréstimos, na maioria feitos em países em desenvolvimento, que ajudam as pessoas a saírem da pobreza. Pessoas que, anteriormente, eram incapazes de obter crédito necessário para iniciar um negócio, pois eram considerados que não valiam a pena, agora têm oportunidade de ganhar sua renda extra. A concessão de microcrédito evoluiu para um negócio de bilhões de dólares.
Conclusão
Os bancos podem não ser do seu interesse, mas o papel deles de prover recursos para pessoas e empresas é crucial para nossa sociedade, e tem que ser feito.
Todavia, como e quem fará isso no futuro cabe a nós decidir.
Fonte: [YouTube] In a Nutshell — Kurzgesagt